segunda-feira, 2 de maio de 2016

Quem falou sobre cartas: Sílvia Cristina

Olá pessoal.

Como estão?

Hoje temos aqui a participação de nossa amiga Sílvia Cristina (participante número 42).
Sílvia escreve sobre as alegrias encontramos quando nos dispomos a receber e enviar cartas.






Eu escrevia cartas na adolescência. Antigamente era possível encontrar nas últimas páginas das revistas, o endereço de pessoas interessadas em trocar correspondência, algo como o "Cantinho da Amizade".

Quando eu iniciei o estudo do francês, eu consegui um amigo canadense que pacientemente respondia minhas cartas cheias de perguntas sobre sua cultura e costumes.

A vida passou...se tornou uma corrida maluca para ter mais, para ser a melhor, para estar na moda. Uma vida de relacionamentos superficiais porque não sobra tempo para olhar nos olhos das pessoas, escutar com a mente e o coração ao invés de somente ouvir.

De repente, eu me enchi de saudades das coisas simples, de ter tempo, de fazer com as próprias mãos, de conversar olhando nos olhos e sem interrupções. Eu propus aos colegas algumas atividades, mas nunca dava certo, ninguém tem tempo para dedicar. Então, me lembrei das cartas.

Eu me lembrei de sentar-me a mesa e por um tempo dedicar o meu tempo a uma única pessoa, de escrever pensamentos, poesias, sentimentos, esperanças. Eu me lembrei da voz de um homem que passava por minha rua gritando "caarteeirooo" e da alegria de receber aquele envelope de listras verdes e amarelas.

Eu procurei pessoas para escrever cartas, mas elas sempre me diziam: "porque não manda um e-mail, é mais fácil."

No ano passado, eu completaria 50 anos (meio século de vida!), queria fazer algo diferente para celebrar essa data. Um dia digitei no Google a frase trocar cartas e hoje eu escrevo cartas para todos os Estados do Brasil e para 15 países.

As palavras são insuficientes para expressar a alegria que senti quando recebi a primeira carta. Elas são insuficientes para contar como uma amizade nasce e se fortalece nas páginas de uma carta.

As cartas são para mim como sementes plantadas em solo fértil. Sementes de amizade, bondade, alegria, respeito e paz.

Eu comparo o tempo que as cartas levam para chegar ao seu destino ao tempo de germinação e crescimento de flor. E o momento em que a carta chega ao seu destino ao momento da colheita e de presentear essa flor.

Escrever cartas é uma experiência fascinante! É o meu prazer secreto!

Uma carta pode transformar uma vida.

Com carinho.
Silvia Cristina


Um comentário:

  1. Que lindo tudo o que a Sílvia escreveu!
    Transmitiu toda a delicadeza que pode existir numa carta!
    Beijo.

    ResponderExcluir